Wednesday 20 February 2008

Uma questão de postura


Eu bem me esforço por ter tento na língua, ser menos viperina, mais tolerante com as pessoas. Mas com os jornalistas não há paciência. Tenho acompanhado as notícias dos acidentes que se deram um pouco por todo o distrito por causa da chuva, nomeadamente o desaparecimento de duas pessoas, uma em Loures outra em Sintra. Refiro aqui apenas o tratamento da notícia pela RTP, televisão que tem o peso de cumprir o serviço público e que, por isso, tem a responsabilidade da seriedade e a obrigação de ser mais comedida.

Hoje de manhã vi duas reportagens, em directo dos dois locais onde supostamente serão recolhidos os corpos das duas vítimas desaparecidas na passada segunda-feira 18. Hoje não vou falar nos falsos directos, na situação de não-notícia, mas apensa no tom das duas repórteres. Enquanto a que estava em Loures mantinha uma postura serena, com um tom de voz calmo, e resumia as operações que se iram proceder, a que estava em Sintra chocava pelo contraste. Falava alto (quase em histerismo), num tom nervoso de ansiedade, sobressaltada, a tratar um assunto de perda humana como quem fala de um espectáculo, a tentar ter a primeira imagem, a tentar ter o furo.
Será que não há um editor na RTP, não há um colega que lhe explique que não é forma de tratar um assunto desta natureza? Falar da morte de uma pessoa não merece certamente este tratamento.

Situações destas devem ser corrigidas. Da mesma forma que fazemos as reclamações um pouco por todos os prestadores de serviços, também neste caso devemos tentar mudar a maneira como se reportam as notícias hoje em dia.

[
Provedor]

2 comments:

Filipa said...

Viperina, tu????!!!!

Não...

Bjs
Fi

mari said...

ih ih
faz-se o que se pode :)